O MCP, que seguia uma perspectiva Freiriana, foi fundado como uma instituição sem fins lucrativos com forte cunho político e socioeducacional. O movimento influenciou o direcionamento de orçamentos de cultura e educação na cidade, e tinha como principal fonte de receita subsídios advindos do poder público municipal. Ele serviu de modelo para movimentos semelhantes criados em outros estados do Brasil. Uma de suas divisões, dirigida por Abelardo da Hora, reunia vários artistas plásticos locais e se dedicava às Artes Plásticas e Artesanato.

A nomeação de Abelardo, que ficou no cargo até dezembro do mesmo ano, marcou um período de criação de políticas específicas para as artes plásticas.

Em junho de 1963, é decretado um plano de emergência de controle de despesas e investimentos da prefeitura. O decreto estabelecia investimentos contemplando várias áreas, incluindo um plano emergencial cultural, fazendo com que as artes plásticas ganhassem um orçamento para realizações de ações específicas durante o período de vigência do plano (que foi até dezembro do mesmo ano). Dentre as ações realizadas encontram-se a realização do Festival Cultural Popular e a instalação de Exposição de Artes Plásticas e Artesanato.

Durante o período da ditadura militar brasileira, houve uma ênfase na valorização e promoção da "cultura regional" e "folclórica", inclusive nas artes plásticas, um padrão que perdurou ao longo desse período. Em Recife, os anos iniciais dessa época, foram caracterizados, principalmente, por numerosas exonerações de cargos no setor cultural. Além disso, houve uma realocação significativa de recursos financeiros dos orçamentos e créditos destinados à arte e à cultura para outras instituições, como clubes desportivos.

[64] Denúncia e Rescisão de contratos entre a Prefeitura o Movimento de Cultura Popular (MCP) pelo movimento ser classificado como “comunista” - Lei Nº 9.297/64

[65-66] Criação da Fundação Guararapes (“Instituição Kennedy”) - Lei N° 9552/65

A lei n° 9297/64 rescindiu os contratos entre a Prefeitura e o MCP, como substituto ao MCP, a legislação previa a criação de uma nova entidade inicialmente conhecida como "Instituição Kennedy" e posteriormente renomeada como Fundação Guararapes. Essa nova entidade visava promover a educação básica, média, profissional, atividades religiosas, serviço comunitário, esportes, higiene habitacional e cooperativismo, sem incluir menção explícita à promoção das artes e cultura.

No planejamento orçamentário de 1970, há uma referência direta às artes visuais na seção intitulada "concessão de subvenções e auxílios para fins culturais". Menciona-se um recurso destinado à "Escola Reunida de Artes Visuais, Bordados à Máquina, Arte Culinária e Alta Confeitaria". No entanto, não há detalhes sobre como esse montante seria distribuído entre os setores da instituição.

*A equipe fez solicitação de informações sobre o Centro via Lei de Acesso à Informação (LAI). O pedido está em análise.

O conselho seria o responsável por articular a política cultural municipal, com previsão de duração de quatro anos. No entanto, a lei não contemplava a inclusão de agentes culturais em sua composição.

Há uma menção específica de uma secção de artes plásticas dentro da Secretaria de Educação e Cultura;

A Fundação surge com um forte propósito de promover o nacionalismo e cultivar o "amor pela cultura regional". O período foi marcado pela aprovação do Estatuto da Fundação de Cultura Cidade do Recife - decreto Nº 11.254/79

A lei aprovou o uso da Casa de Joaquim Nabuco, situada na Rua da Imperatriz, para ser transformada em um centro cultural. No entanto, não há informações adicionais disponíveis para confirmar se o centro cultural foi de fato estabelecido.

*A equipe fez solicitação de informações sobre o Centro via Lei de Acesso à Informação (LAI). O pedido está em análise.

*A equipe fez solicitação de informações sobre o Museu via Lei de Acesso à Informação (LAI). O pedido está em análise.

As artes plásticas são mencionadas com o propósito de promover a integração entre o artesanato e as expressões artísticas visuais.

As diretrizes orçamentárias indicavam uma abordagem mais abrangente para estimular as artes visuais, incluindo ações para "fomentar e divulgar a produção artístico-cultural da Cidade do Recife em suas diversas formas; garantir o funcionamento dos museus e galerias de arte municipais; e promover eventos culturais".

Havia um enfoque significativo na preservação do patrimônio e na memória cultural do Recife, e decretos e leis relacionados à cultura foram aprovados.

A lei instituiu três mecanismos importantes para o setor cultural da cidade: Mecenato de Incentivo à Cultura - MIC; II - Fundo de Incentivo à Cultura - FIC; III - Cadastro Cultural do Recife - CCR. No mesmo ano, foi regulamentado o SIC e MIC através do decreto nº 17.515/96. Contudo, as diretrizes orçamentárias prevendo o direcionamento de verba para a implementação do SIC aconteceu entre os anos de 1999 e 2000.

As conferências municipais de cultura visavam uma ampla participação de diversos atores sociais e da sociedade civil. Para isso, o evento incluía as chamadas “pré-conferências”, divididas por regiões e segmentos culturais, com o intuito de realizar a "mobilização, capacitação, sensibilização e formulação de propostas" para a conferência principal.

Em dezembro de 2008, o FIC é instituído como um dos mecanismos do SIC. O decreto prevê que o orçamento do fundo integrará o Orçamento Geral do Município e o saldo positivo do fundo será utilizado no mesmo valor transferido para o exercício do ano seguinte.

O Plano previa o desenvolvimento cultural municipal em 10 anos (2009-2019). É a primeira lei que busca a estruturação de um planejamento da indústria cultural na cidade do Recife, trazendo planos estratégicos, detalhes de recursos, diagnósticos e desafios por setor cultural.

A Conferência teve o tema "Construindo Políticas Públicas para a Cultura através da participação popular: Planos Setoriais", com destaque para os sub-temas focados nos trabalhadores da cultura: “Plano Setorial Trabalhadores da Cultura” e “Plano Setorial dos Produtores Culturais”.